Olá pessoal!
Hoje vou contar para vocês um pouco mais da minha viagem para a Serra Gaúcha no mês passado.
Aqui vou falar um pouco mais sobre as vinícolas e quais vinhos mais gostei de cada uma. Lembrando, se você é novo aqui, procurei visitar as vinícolas Boutiques, Familiares e Artesanais, que é o foco da Casa Hessel Vinhos.
Na primeira parte da viagem, estive em Flores da Cunha, cidade que fica cerca de 2h30 de de Porto Alegre. Recomendo fortemente o aluguel de carro, pois é bem barato e te dá total liberdade para passear pela região, tudo é relativamente muito próximo.
No centro de Flores da Cunha está localizada a Vinícola Casa Salvattore.
Descendente de italianos vindos da região de Belluno, norte da Itália, a Família Salvador chegou ao Brasil por volta do ano 1882 e instalou-se em pequenas colônias no município de Nova Pádua / RS. A elaboração de vinhos sempre esteve ligada diretamente com a família, onde cultivava vinhas e elaboravam vinhos apenas para o consumo próprio.
No ano de 1969, o filho da segunda geração no Brasil, Sr. Antonio Salvador, inicia seus estudos no Colégio de Viticultura e Enologia, em Bento Gonçalves. Este é o ponto de partida da história da família no ramo da vitivinicultura.
O “Seu Salvador” como é conhecido hoje entre amigos e turistas, iniciou sua carreira muito jovem, assistiu tecnicamente inúmeras vinícolas do Brasil todo e foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Enologia. Mas seu maior sonho sempre foi ter a própria vinícola.
E o sonho tomou forma no ano de 1998 quando da aquisição de um dos prédios mais antigos do município de Flores da Cunha. Ao lado de sua esposa Nádia M Araldi Salvador, e dos filhos Marina e Daniel, deu início à uma saga que duraria quase 10 anos. O prédio centenário localizado no coração da cidade, ao poucos retomou sua imponente forma física pela restauração, realçou sua beleza pela ambientação e ganhou “sangue novo” com a adaptação para elaboração de vinhos de elevada qualidade.
A visita é muito legal, você conhece todo o processo produtivo, cave e degusta cinco rótulos. A melhor parte, eles não cobram a visitação, basta apenas agendar previamente.
Destaco o Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat e o Moscato Branco (uma uva que é muito desprestigiada) porém faz vinhos brancos muito legais, para você tomar na praia ou beira de piscina. Possui álcool baixo, vinho super fácil de beber.
Spoiler: Amanhã chega novidade dessa vinícola no nosso Portfólio :)
Outra Vinícola imperdível para visitar é a Vinícola Viapiana.
A história de vinhos na família Viapiana chegou ao Brasil com a vinda dos primeiros imigrantes da Província de Mântova, na Itália. Datados de 1925, a família preserva o certificado e medalha recebidos pelo patriarca no primeiro concurso de vinhos em que participou, promovido no Brasil em comemoração ao cinquentenário da imigração italiana no país.
Passada de geração em geração, a paixão pela produção de vinhos foi a motivação para, em 1986, ser elaborada a primeira safra da vinícola.
Sempre atenta às novidades em tecnologia e processos, tanto em vinhedos quanto em vinícola, em pouco tempo a Viapiana se consolidou como sinônimo de qualidade e confiança.
Em 2009, percebendo o potencial enoturístico da região, inaugurou o Enoespaço Viapiana, evidenciando diferenciação e consolidando a marca em conceito grife.
A Viapiana tem certificação de Indicação de Procedência (IP) Altos Montes. A região fica localizada entre as cidades de Flores da Cunha e Nova Pádua e é a maior produtora de uvas e vinhos do Brasil, com destaque ao enoturismo também.
A visita é muito legal e precisa reservar. Degustei os vinhos junto com uma tábua de queijos e frios, muito gostosa. Destaco o Vipiana Barricas Selecionadas - 60% Cabernet Sauvignon 2019, 25% Merlot 2019, 15% Cabernet Franc (2019), sensacional e o Viapiana Green! Se você busca um vinho estilo Vinho Verde de Portugal, esse vinho é para você! É um corte de Glera, Viognier e Riesling Itálico, excelente!
Indo para o Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, destaco uma vinícola Boutique, a Vinícola Dom Bernardo!
No final do século XIX o patriarca da família Batistelo deixava para trás sua querida Itália. Bernardo partiu da região do Vêneto em busca de uma nova oportunidade da região Sul do Brasil.
Foi com a segunda geração da Família, agora encabeçada por Luiz Batistelo, que ao lado de sua esposa Teresinha Carmem iniciou o processo de melhoramento das videiras e a dedicação a produção de vinhos nobres.
Luiz Batistelo, juntamente com seu primogênito Marcelo, sempre na vanguarda e aberto a exercer um papel pioneiro, com técnicas, ideias e conceitos novos, iniciou o plantio das uvas Merlot e Cabernet Sauvignon, agora em formação de latadas para favorecer o manuseio e garantir a qualidade de seus produtos, que ainda eram comercializados com Cooperativas locais.
Posteriormente em 2002, agora acompanhado pelos irmãos Mateus e Maurício, deram sequencia a renovação por enxertia de todo vinhedo culminado em 2008, quando passaram a produzir também uvas de referências mundiais, como a Tempranillo, Malbec, Syrah, Marselan, Cabernet Franc e Chardonnay. Tornando possível a produção de Vinhos Finos, elaborados com vinhedos próprios e autenticamente cultivados no Vale dos Vinhedos.
A Vinícola Dom Bernardo é orgulhosamente uma empresa familiar, iniciada em 2013 e que atualmente produz entre 8000 e 12000 garrafas anuais. Classificada como Vinícola Boutique, está totalmente dedicada a elaborar Vinhos Finos.
Tive o grande prazer de ser atendida pelo Mateus, gente finíssima! A degustação custa R$70,00 e você prova 5 rótulos!
Destaco o Chardonnay, o Marselan e o famoso Corte Bordalês (que você não encontra em outra vinícola).
Mais uma vinícola imperdível é a Vinícola Torcello.
A História da Torcello inicia com a chegada do primeiro imigrante italiano da Família Valduga ao Brasil (Marco Valduga), em 1875. Com muita fé, trabalho e perseverança, desbravaram as matas virgens e construíram o que hoje conhecemos como Vale dos Vinhedos.
A Vinícola Torcello foi fundada no ano de 2000 por Rogério Carlos Valduga, quarta geração da Família Valduga, e filho de Remy Valduga (viticultor, escritor e bisneto de Marco). A Torcello surgiu do fascínio de Rogério pela vitivinicultura e pelo seu desejo de resgatar a tradição da família, a qual elaborava vinho de maneira totalmente artesanal no próprio porão de casa para consumo próprio.
Uma das menores ilhas de Veneza chama-se Torcello, e dessa forma, por serem uma das menores vinícolas instaladas no Vale dos Vinhedos , fizeram alusão a ilha. Já a escolha do símbolo da Vinícola, Leão Alado de São Marcos, deu-se pelo fato de o Leão representar proteção. Sendo assim, o símbolo remete a proteção do Leão Alado sobre os vinhos por eles elaborados. Os primeiros vinhos foram elaborados em 2005, e a abertura do varejo aconteceu em 2007. Hoje a Vinícola elabora vinhos, espumantes e sucos em pequena escala, buscando sempre a qualidade.
A visita passa pela produção e degustação guiada, custa R$70,00 e precisa reservar.
Destaco o Chardonnay (safra 2020 é de beber de joelhos) amadurecido em carvalho americano e o Tannat da Linha Perfetto! Sensacional.
Eu vou ficando por aqui, se você for visitar as vinícolas na Serra Gaúcha, reserve com antecedência para não ficar sem.
Lembre-se: Beba pouco, com qualidade e com muita água.
Viva o Vinho Brasileiro \o/
Cheers!
Camila Hessel
Comments